50 anos do 25 de Abril envolveu duas gerações de utentes
Para assinalar os 50 anos do 25 de Abril, no dia em que se evoca o início da vida democrática em Portugal, o Regimento de Infantaria Nº 19 de Chaves foi até ao Lar Nossa Senhora da Misericórdia – Casas dos Montes recriar momentos da Revolução, envolvendo duas gerações de utentes daquela instituição social: idosos e crianças.
A data é todos os anos comemorada pela equipa de animação sociocultural da Misericórdia de Chaves junto dos utentes que residem na instituição, porque “o 25 de abril simboliza o início de um caminho de profundas transformações económica, sociais e culturais no nosso país” referiu a animadora sociocultural Carla Simão antes de dar início à atividade. Este ano “fazemo-lo com a preocupação acrescida de envolver as gerações mais novas” relevando assim, “a troca de vivências entre gerações”.
“Expressar a liberdade através da música e da arte envolvendo idosos e crianças foi o nosso objetivo”, destacou o professor de música Dinis Martins que ao longo da semana foi ensaiando as músicas da Revolução com os utentes.
Dois painéis, alusivos aos 50 anos do 25 de Abril, foram elaborados com a ajuda dos idosos daquela estrutura residencial que durante a atividade ficaram preenchidos com a pintura das mãos dos seniores e das crianças da creche e do pré-escolar, dos elementos do RI 19 e de todos os colaboradores e elementos da direção daquele Centro Social de Casas dos Montes.
O ponto alto ficou marcado pelo cântico do Hino de Portugal e da canção “Grândola, Vila Morena” da autoria de José Afonso que se transformou no hino da Revolução. Durante aquele momento, simbolicamente uma utente do lar e uma criança do pré-escolar colocaram os cravos na arma dos militares do RI19 recriando o momento da Revolução.
Honrar o passado e inspirar o futuro
“O RI19 aceitou logo este desafio da Santa Casa da Misericórdia de Chaves”, as palavras foram proferidas pelo capelão daquela unidade militar, António Dias, que considerou a iniciativa que juntou mais de uma centena de pessoas “muito interessante”, uma vez que “juntou duas gerações: uma que o viveu e uma outra que fica na memória a alegria com que nós o vivemos e o celebramos. Fazermos um bocadinho daquela história que muitos deles viveram e deixarmos para os mais novos as sementes de eles serem também protagonistas da sua história, na liberdade que nós os mais velhos também contribuímos para que eles a vivam, e assim valerá a pena”.
Sandra Gonçalves